domingo, 8 de agosto de 2010

Il SIRIO - Cento Anni Fà (1906-2006)

130 NOS IMIGRAÇÃO ITALIANA

SER ITALIANO - 2ª PARTE (130 ANOS IMIGRAÇÃO ITALIANA SC)

Colonização Italiana

A Imigração Italiana para o Brasil

A DIFICIL VIDA DOS IMIGRANTES

UM RELATO DO PADRE ANTONIO SEGANFREDO, TIO AVÕ DE CORNELIO SEGANFREDO, QUE TEVE QUE RESGATAR SEUS PAIS E UM IRMÃO COM 5 FILHOS , INCLUSIVE MINHA AVÓ CATERINA, QUE HAVIAM CAÍDO NAS MÃOS DE UM FAZENDEIRO DE CAFÉ EM MINAS GERAIS. EIS O QUE TEXTO DE ANA MARIA FERRI SEGANFREDDO




Quem conhece a verdadeira historia da imigração dos europeus para a América sabe que o fato se deve porque a Itália estava vivendo um período de extema penúria, onde morriam de fome nos campos, devido a passagem da era agrícola para a industrial.A produção dos agricultores, principalmente do norte da Itália, Do Vêneto, de onde vieram a maioria dos nossos antepassados não dava para sustentar a família, havendo pestes e fome generalizadas,. Como na América a abolição estava próxima os dois países tiveram interesses, a Europa em se livrar da multidão dos miseráveis e a América, principalmente o Brasil substituir a mão de obra escrava que estava em processo de libertação e também ocupar os espaços vazios da então Colônia do Sacramento. Os italianos que vinham não eram informados de como seriam instalados, pensavam que viriam para uma terra “de leite e mel”....Isto no entanto não era verdade.

Quando chegavam, não bastassem as vicissitudes da viajem onde vinham empilhados nos porões dos navios, junto com animais, sem higiene alguma, mal alimentados, quando ficavam doentes, após um padre dar a ultima unção ao pobre colono eram atirados ao mar ainda vivos...Chegando ao Brasil muitos foram parar nas plantações de café em Minas Gerais ou São Paulo, outros atirados no meio do isolamento das colônias , onde haviam feras e índios selvagens. Tinham que fazer tudo, recebiam um lote, mas sem nada em cima, era então necessário erguer uma cabana da madeira extraída daí mesmo e plantar alguma roça para poder comer. Enquanto não cresciam as pequenas plantações se alimentavam de pinhões..e ervas comestíveis. Claro que agora depois da terceira geração de imigrantes nos tornamos auto suficientes, estudamos e nos integramos ao País legitimamente nosso. Por termos nascido aqui, segundo reza a constituição, mas no começo foi terrível.



A HISTORIA DE CARLO SEGANFREDDO, AVÔ DE CORNELIO , JOSÉ E ACCHILES SEGANFREDDO.



Carlo Seganfredo morava em Mason Vicentino, Bassano del”grappa, Vicenza, no norte da Itália e vivia em condições precárias com a família. Era agricultor e passava as vicissitudes acima descritas.Um irmão dele Giuseppe já havia emigrado em 1891, juntamente com a irmã Lucia, casada com Girolamo Lovison. Estes se estabeleceram em Nova Bassano. Aqui também já estava outro irmão Padre scalabriniano, Antonio Seganfredo. O seguinte relato é do Padre Antonio Seganfredo, que escreveu ao seu Superior João Batista Scalabrini, que foi um destacado bispo italiano,fundador desta congregação e que acompanhava de perto o sofrimento dos imigrantes, enviando padres da Itália para acompanhá-los e assisti-los. Também intervia por eles junto ao Monarca romano, então Rei Humberto . O trecho que se segue é do livro “scalabrinianos no Brasil de Dom Redovino Rizzardo:



A CARTA:



“Excelência, um percalço infeliz jogou na miséria a minha pobre família, tanto é que a 4 de abril deste ano(1897) os meus velhos pais tiveram de zarpar de Gênova, em companhia d e um de meus irmãos com mulher e sete filhos. Quando chegaram ao Rio de Janeiro, ao invés de serem embarcados para o Rio Grande do sul como queriam foram enviados a Minas Gerais, acabando sob as garras de um fazendeiro que apenas lhe fornecia o necessário para se alimentar .Quando soube do acontecido parti no dia 2 de julho e regressei a 8 de setembro. Tive que deixar meus velhos pais – o pai com 81 anos e a mãe com 70 em São João de Montenegro. Não podia traze-los comigo por causa do mau tempo e das estradas totalmente impraticáveis. Eu vim acompanhado por meu irmão e por cinco de seus filhos, caminhando três dias sob chuva torrencial. Digo-o sinceramente, Excelência, provei as penas do purgatório, para não dizer do inferno! Cheguei se não com saúde, pelo menos vivo!”





No ano de 2008 realizando pesquisas conseguimos localizar no arquivo Histórico de Minas Gerais a veracidade desta história, que era contada pela nona Caterina, confirmando o fato.



Data da entrada na Hospedaria: 02/05/1897

A família entrou pelo Rio de Janeiro



NOMES:



PELLEGRINO SEGANFREDO- 81 ANOS

MARIA VOLPATO- 69 ANOS,

CARLO SEGANFREDO-38 ANOS

GIOVANNA NICOLI-35 ANOS

CATERINA SEGNAFREDO-14 ANOS

AMALIA SEGANFREDO-11 ANOS

MARIA SEGANFREDO10 ANOS

CIRILLO SEGANFREDO-8 ANOS

ASSUNTA SEGNAFREDO-6 ANOS

LINO SEGANFREDO-4 ANOS

LIVIA SEGANFREDO-6/12 MESES



OBS: LINO SEGANFREDO É O PATRIARCA DA DESCENDENCIA SEGANFREDO EM DAVID CANABARRO

CATERINA SEGANFREDO CASOU COM O PRIMO PELLEGRINO SEGANFREDO FILHO DE GIUSEPPE E É A MATRIARCA DA FAMILIA SEGANFREDO DE CIRÍACO.

ELE ESCREVEU A SEU SUPERIOR, MONSENHOR SCALABRINI:

CATERINA E PELLEGRINO SEGANFREDO

PAISAGEM DE MASON



OS PAIS DE CORNELIO SEGANFREDO , CATERINA E PELLEGRINO NASCERAM EM MASON VICENTINO, BASSANO DELL"GRAPPA, VICENZA, ITALIA

O VALE DO RIO PÓ

RIO PÓ-ITALIA
CELESTE GIOVANNI FERRI NASCEU EM SAN DANIELE PÓ, CREMONA.

sábado, 7 de agosto de 2010

ANDAR...É O QUE FAZEMOS AINDA QUANDO NOSSA PÁTRIA NOS ABANDONA

OS FILHOS DE CELESTE E PIERINA HABITARAM EM CIRÍACO

Os descendentes de Celeste e Pierina habitaram em Ciríaco, aí se casaram, mais tarde alguns se tranferiram para Santa Catarina, buscando novas terras para os filhos.

FOTOS DO ACERVO DE LUIZA FERRI SEGANFREDO

Constantina
Cezira, gemea de Angela Maria, a Angelina
João, o Joan
Maria
Giaccomo
Terezinha-a Teresina
Celeste-o Celestin
Antonio- o Toni
Pierina e Celeste, os Patriarcas
Luiza-  a Giggia
Amábile
Angela Maria- a angelina, gemea identica de Cezira
José- o Giuseppe
Argene

MARIA FERRI CERICATO E ANTONIO CERICATO
FOTO DE  ELENIR CERICATO, NETA DE MARIA E ANTONIO
FOTO PINTADA, UMA RARIDADE
Elvira

A VIDA NAS FAZENDAS

A vida nas fazendas  era tão dura quanto a dos imigrantes. Os portugueses , para garantir a posse do território mandaram familias para se estabelecer nos territorios ainda não habitados, mas a batalha era constante, diferindo dos imigrantes apenas por trazer um séquito de escravos para ajudar nas lides e depois estes mesmos continuaram como peões de estãncia.

A ROTINA DAS FAZENDAS:CONTOS E FAMOSOS




Esta parte do livro destina-se a descrever como viviam nos primórdios os primeiros habitantes do Rio Grande do sul, tanto de origem européia, quanto descendentes de paulistas, fazendeiros ou colonos. Não era fácil a sobrevivência na ocupação do solo riograndense, tudo estava por fazer. Havia ainda as revoluções que atingiam diretamente tanto os brasileiros natos quanto os descendentes de imigrantes.



Do livro O FILhO DO BABY DOLL DE FIDELIS DALCIN BARBOSA





A VIDA DOS PRIMEIROS FAZENDEIROS DA SERRA.

Embora a pecuária representasse o esteio exclusivo da economia dos primitivos fazendeiros dos Campos de cima da Serra a agricultura teve senpre papel saliente em todas as fazendas, não para fins comerciais mas para consumo domestico.



Como ainda não existissem possibilidades para implantação da lavoura mecanizada, com adubação química, em toda a região dos campos gaúchos, as lavouras limitavam-se às de banhado e roças de mato.

Além do quintal e do pomar, as fazendas dispunham d eu ma pequena roça de mato, fechada por cerca de rachão ou taipa de pedra.Com adubos orgânico proveniente do esterco bovino, cultivava-se feijão, batata doce, moranga,aipim,e até trigo. Este era malhado a mangual ou a pata de cavalo, no terreiro, recamado com esterco de gado e cinza. Havia ainda em quase todas as fazendas a lavoura de banhado, fechada por valo profundo, destinada quase que exclusivamente ao plantio do milho e batata doce , sendo pouco indicada para feijão, em virtude da umidade do solo.entretanto, quase todos os fazendeiros dos Campos de Cima da Serra possuíam roça na região da serra, serra de Pelotas, Serra das Antas,Serra do Carreiro, Serra do forquilha, etc...



O fazendeiro requeria a posse de certa área da mata e mandava desmatar.A posse na serra , em geral , tinha dupla finalidade:a cultura agrícola e o invernamento do gado,Em abril formava-se uma comissão de peões, que seguia para a serra, conduzindo uma tropa de cerca de 12 cargueiros , tranportando mantimentos e roupas. Iam tocando as tropas de gado, de cavalos, de porcos, que passavam o inverno na mata da serra, onde ficavam ao abrigo do frio e alimentando-se de pinhões, naquele tempo a floresta era um grosso pinhalão de araucárias sem fim.

No final da temporada do pinhão, os suínos, fechados em encerra, estavam bem gordos, aptos par ao abate. Carneavam-se ali mesmo, para fabrico de banha , lingüiça, charque....tudo era depois transportado para a fazenda e ali consumido durante o resto do ano.

O gado, cavalos e mulas, por sua vez, findo o inverno, retornavam para a fazenda gordos e reluzentes, prontos para o mercado, quando no campo , muitas vezes morriam por falta de pastagens e pelo frio.

Na primavera , fazia-se a roça na serra. Construía-se um paiol, por vezes uma estrebaria, ao lado. Derrubava-se a mata e plantava-se milho, não raro o feijão. O cereal crescia viçoso e abundante. Colhia-se, guadava-se no paiol, e, aos poucos ia sendo transportado em cargueiros para a fazenda.

O produto da lavoura da serra destinava-se ao consumo doméstico.Representava fator importante para a economia do numeroso pessoal da fazenda, pois, naquele tempo, tanto o campo como o gado tinham pouco valor.

A posse da terra era, muitas vezes, destinada mais tarde para algum peão que desejasse ser autônomo. Após a abolição da escravatura, muitas famílias de cor iniciaram sua vida independente, livre, nessas posses de seus antigos senhores, .Na atual cidade de Ipê, por exemplo, formou-se um povoado com tais familias, dando origem à cidade, entre Vacaria e Antonio Prado.

Na imensa posse de francisco Felipe de paula(Chico Felipe) surgiram as cidades de São José do Ouro , e de Cacique doble, fundadas por imigrantes das velhas colônias italianas. Na posse de José Bueno de Oliveira formaram-se as cidades de Sananduva e Ibiaçá.






 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
quadro de BENTO GONÇALVES

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

OS LUSOS CHEGARAM ANTES DAS OUTRAS ETNIAS


ONÇAS ,HAVIAM MUITAS NESTA REGIÃO






HISTORIA DA FAMILIA DE JOAQUIM RIBEIRO DE OLIVEIRA




Contada pelo bisneto ADÃO EUDÓXIO RIBEIRO DE OLIVEIRA



Filho de NARCISO RIBEIRO DE OLIVEIRA E CAROLINA





Entre os anos de 1850/55 chegou à região de Campo do Meio um jovem paulista chamado Joaquim Ribeiro de Oliveira. Na documentação pessoal menciona-se que ele nasceu em São Paulo em um município chamado Faxina-   que atualmente é o município de Itapeva-Viajou sozinho montado em uma mula e trazendo mais duas acolheradas para revezamento.Trouxe também uma espingarda Winchester para protejer-se dos possíveis perigos pois a viagem era longa e perigosa. Naqueles tempos o sul de São Paulo e os Estados de Paraná, Santa Catarina e rio Grande do Sul eram quase que completamente desabitados, só existindo nas matas os índios ferozes- a saber os tupis guaranis e kaingangues- e feras como onças, lobos guarás e serpentes. Os índios por sua vez atacavam e trucidavam os viajantes que se aventurassem por estas terras quando se sentiam ameaçados. Não haviam estradas mas apenas picadas neste longo trajeto de 1.300km. A viagem durava mais ou menos três meses.



Joaquim Ribeiro de Oliveira chegou em Campo do meio só com a roupa do corpo pois ao longo da viagem as outras duas mudas que trazia ficaram em farrapos.Lavava a roupa à noite para poder vestir-se no outro dia.

Percebendo que ali era um bom lugar para se estabelecer empregou-se como peão fazendo serviço braçal. A sua especialidade era preparar tronqueiras(1)

Estas tronqueiras ainda se vêm na fazenda dos herdeiros de Sebastião Ribeiro, seu filho, em Ciriaco.

Com este trabalho economizou dinheiro suficiente para iniciar um negócio próprio comprando mulas e burros para negociar com os tropeiros que vinham de São Paulo e por ali passavam. Os tropeiros vindos de São Paulo desciam até as fronteiras da Argentina e Uruguai, ficando mais fácil e econômico para eles adquirirem os animais em Campo do Meio. A expansão do cultivo do café, algodão e cana de açúcar demandavam um grande número desses animais, que serviam como meio de tração.





Assim Joaquim Ribeiro de Oliveira ganhou muito dinheiro e ampliou seus negócios para criação de gado de corte e produção. Além de comprar terras aproveitou a lei 1850 que tratava de terras devolutas(2) das quais requereu o titulo de propriedade em 1883, cujo título foi concedido em 1906, pelo Estado do Rio Grande do Sul (3).Durante este tempo de trabalho e conquista chegou a amealhar o equivalente a 240 colônias de terras.



O CASAMENTO DE JOAQUIM RIBEIRO DE OLIVEIRA.

Passados estes primeiros tempos Joaquim Ribeiro de Oliveira pensou que já era tempo de constituir família. Casou-se com Maria Antonia Duarte e tiveram cinco filhos:

1-VENANCIO

2-INÁCIO

3-VIDAL

4-MAURICIA

5-JOÃO-QUE FALESCEU MOÇO E SOLTEIRO





Com a ajuda dos filhos as terras de Joaquim Ribeiro de Oliveira foram delimitadas e assim esta área de terra ficou conhecida como FAZENDA DOS RIBEIROS.

A fazenda era delimitada ao norte com as terras de Chico Ourives e Tito Duarte, ao sul iam até próximo a David Canabarro que ainda não era colonizado delimitando com a Colônia Ciriaco ainda em projeto de loteamento, Ao leste com a fazenda Muliterno e ao oeste com a fazenda da Pedreira.



Com o tempo casaram também os filhos:



Venâncio casou-se com Francisca e tiveram sete filhos: João, José, Joaquim , Pedro, e as filhas: Sebastiana,Izabel  e Maria.,

Inácio casou-se com Maria Joana e tiveram doze filhos, dos quais dois faleceram ainda criança:vivos: Izaltino, Narciso,  Joaquim Ribeiro Netto, João Batista, Sebastião, Conrado, Ana Maria, Maria das Dores , Maria conceição e Amélia.



Vidal casou-se com uma lagoense de nome Constancia e tiveram cindo filhos: Francisco, Heleodoro,Carolina, Mauricia, e Regina que se casou com seu primo Sebastião.



Mauricia, a única filha casou-se com um Sr. Chamado Francisco, que tinha a alcunha de CHICO SINHÔ. Sabe-se que tiveram dois filhos: Antonio e Osório.



O PASSAR DOS ANOS





No inicio do século XLX veio a falecer o Patriarca dos Ribeiro e depois a matriarca, tendo sido feito o inventário da propriedade nos conformes da lei. Venâncio, Inácio e Vidal construíram sedes cada um em sua área. Mauricia preferiu vender sua parte aos irmãos e mudou-se para Soledade.



Com o passar dos anos também foram falecendo os filhos de Joaquim e assim a Fazenda dos Ribeiros foi se dividindo, pois já era considerável o número de descendentes.As terras cobertas de araucárias foram processadas em seis serrarias da região e uma parte foi colocada para loteamento. Foi aí que entraram os descendentes de imigrantes em sua maioria italianos.Compravam entre uma colônia ou duas ou até quatro. Pode-se afirmar que foi assim feita uma pequena reforma agrária.

Alguns descendentes continuaram com a pecuária, outros se dedicaram a profissões liberais assim como também o comercio. Espalharam-se também por diversos Estados brasileiros.

Agora na terceira geração dos Ribeiros há entre eles advogados, médicos, engenheiros, zootecnistas, administradores de empresa e outras profissões.

Ainda moram em Ciriaco alguns dos descendentes de Sebastião Ribeiro e Batista, a saber.



E assim fica registrada a Família Ribeiro em Ciriaco como uma das primeiras a participar do desenvolvimento da atual cidade que está continuamente em desenvolvimento.



CORNELIO SEGANFREDDO










NOME
SEGANFREDO PELLEGRINO - 80 ANOS
SOBRENOME
SEGANFREDO
LIVRO
SA-920  PAG.: 93
DATA
02/05/1897 (DATA DE ENTRADA NA HOSPEDARIA)
NACIONALIDADE
ITALIANA
DEPENDENTES
SEGANFREDO MARIA - 69 ANOS - MULHER
SEGANFREDO CARLO - 38 ANOS - FILHO
SEGANFREDO GIOVANNA - 35 ANOS - MULHER
SEGANFREDO CATERINA - 14 ANOS - FILHA
SEGANFREDO AMALIA - 11 ANOS - FILHA
SEGANFREDO MARIA - 10 ANOS - FILHA
SEGANFREDO CIRILLO - 8 ANOS - FILHO
SEGANFREDO ASSUNTA - 6 ANOS - FILHA
SEGANFREDO LINO - 4 ANOS - FILHO
SEGANFREDO LIVIA - 6/12 MESES - FILHA
EMBARCAÇÃO
RIO
MICROFILME
ROLO 04
 UMA DAS  FAMILIAS  SEGANFREDO, A QUE VEIO EM 1987, DE CARLO E  GIOVANNA NICOLI, TRAZENDO OS PAIS PELLEGRINO E MARIA  VOLPATO, MAIS OS  7  FILHOS, DENTRE OS QUAIS A MÃE DE CORNÉLIO, CATTERINA, QUANDO CHEGARAM AO BRASIL, NÃO SABIAM FALAR PORTUGUES , NÃO HAVIA NINGUEM ESPERANDO  PARA LEVÁ-LOS AO RIO GRANDE  DO SUL, ACABARAM SENDO ENVIADOS A MINAS GERAIS EM UMA FAZENDA DE CAFÉ. UNS DOIS MESES DEPOIS, O PADRE ANTONIO SEGANFREDO FICOU SABENDO E FOI RESGATÁ-LOS  DAS  MÃOS DE UM FAZENDEIRO DE CAFÉ, QUE MAL LHE PAGAVA A COMIDA, E DORMIAM EM UMA SENZALA. A CATTERINA-NONA CATINA- CONTAVA ESTA HISTÓRIA. 
ACIMA A ENTRADA DELES NA HOSPEDARIA  HORTA BARBOSA EM  JUIZ DE FORA , MINAS GERAIS, ONDE FICARAM HOSPEDADOS ATÉ SEREM ENVIADOS A TAL FAZENDA.











FAZENDA DE CAFÉ
Cornelio com seus pais e irmãos- é o primeiro em pé à direita,



Elbio na formatura do sobrinho Alex


Elbio com as sobrinhas Paula, Thais e o filho Cassiel

Elbio jovem com seus amigos em Ciríaco
Elbio  em Roraima

Quando Cornélio chegou em 1938 em Ciríaco já moravam seu irmão José, depois chegou também seu irmão Achilles, casado com Hermelinda Terezinha Dalla Costa.

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 HISTORIA DE CORNELIO SEGANFREDO

Descendente de imigrantes Vênetos que vieram para o Brasil nos anos de 1892 e 1897, vindos da província de Vicenza, comuna de Mason Vicentino, Bassano dell”grappa, Itália.

Nasceu em Nova Bassano no ano de 1915, filho de Pellegrino e Caterina Seganfredo.



Adquiriu em 30 de julho de 1938, quando tinha 23 anos uma área de terra de 242.000m2 no local denominado FAZENDA DOS RIBEIROS. A escritura original foi lavrada no cartório distrital de Campo do meio e foi descrita assim: confronta ao Norte por água com os proprietários Inácio Ribeiro e sua mulher Joana, ao sul com a ColôniaCiriaco, ao leste com com linha seca e ao oeste com terras de José Seganfredo-josé seganfredo é irmão de /Cornélio-O numero do registro é 1.9625.

Posteriormente em 1894 foi assim descrita a certidão: confronta ao norte por sanga. Com terras que foram de Ignácio Ribeiro, ao sul com a Colônia Ciriaco, ao leste por linha seca com terras que foram de Ignácio Ribeiro e ao oeste com terras que foram de José Seganfredo.”

Estas terras ainda pertencem aos descendentes de José e Cornélio.

Em 1938 Cornélio Seganfredo foi chamado para o serviço militar onde fez parte do Nono regimento de Cavalaria Independente como soldado de fileira em São Gabriel. Até este ano os descendentes de imigrantes ainda não haviam sido chamados ao serviço militar, mas em vista dos acontecimentos que se avizinhavam- a segunda guerra mundial- muitos deles foram chamados.Tinha então 23 anos. Falava mal o português e no entanto não podia se comunicar com os colegas em italiano. Contava que quando iam fazer longas cavalgadas na fronteira com a Argentina combinava com os patrícios italianos e um deles enchia um cantil de cachaça para se aquecerem nas noites frias....Nunca foram descobertos pelos seus comandantes. Foi aí que tomou gosto por cavalos, tendo sempre um bom cavalo no potreiro. Em 29 de abril deu baixa do Exército e tratou logo de ir para Ciriaco onde pretendia se casar com sua namorada Luiza Ferri, filha de Celeste Giovanni Ferri e Pierina Cecchin. No início instalou-se na casa de seu irmão José e começou a preparar a terra para o primeiro plantio. Toda a terra era coberta por pinheiros e outras árvores nativas, mas naquela época o que era necessário era a derrubada da mata para o plantio. Havia já uma casa antiga no local, de madeira sem pintura na qual morou com a família até construir outra de madeira de pinho que é habitada até hoje pelos descendentes.

Pelo registro civil o casamento se deu em 11 de julho de 1942, certidão registrada no Distrito de Ametista , Passo Fundo, tendo como testemunhas José Nicola Balzan e Giuseppe Guadagnin. O escrivão era Agenor Fagundes de Oliveira. Sabe-se no entanto que era costume fazer primeiro o casamento religioso o que se deu um ano antes na paróquia de 35, hoje David Canabarro.

Cornélio e Luiza tiveram sete filhos e adotaram mais uma menina IVALDA TEREZINHA que chegou à família com nove anos de idade.

Descendentes de Cornélio Seganfredo:


Aidir- o Martin

Ely

Alvanir

Lorena

Ary Jose e Ana Maria-gemeos-

Elbio

Ivalda Teresinha mello da Silva – adotada

Cornélio e Luiza participaram do crescimento e do desenvolvimento do atual município de Ciriaco em todas as suas etapas, como a construção do Hospital, da Igreja, do salão comunitário.

Como trouxera o costume de cultivar vinhas em Nova Bassano ele e seus irmãos também plantaram um bom vinhedo e na época da vindima era uma festa para as crianças. A tradição antiga trazida dos antepassados era cultivada como a mutua ajuda na época da colheita da uva e da fabricação do vinho que era artesanal. Era armazenado em grandes pipas de madeira e durava o ano todo. Também recebia os moradores das outras etnias que iam até sua propriedade na época da uva. Luiza havia sido criada na comunidade multietnica , era amiga de infância das filhas do Sr Otavio Vieira, amizade que foi cultivada até os últimos dias, assim como agora. Cornélio recebia visitas dos homens do campo que também iam buscar uvas e beber vinho

O costume era receber todos com cortesia e alegria. Ficavam horas sentados contando causos.

Também trouxeram o costume dos imigrantes italianos introduzindo o jogo de bochas, quatrilho e mora que jogavam animadamente nos finais de semana.

Cornélio e Luiza moraram na mesma propriedade até o falecimento, ela em 1992 com 73 anos e ele em 2002 com 87 anos.

Dos filhos só permaneceram em Ciriaco Aidir- o Martin e Elbio, - o borrega-que faleceu prematuramente em 27 de fevereiro de 2009 com apenas 48 anos de idade de um choque anafilático provocado por uma picada de abelha africana.Deixou um filho de 15 anos Cassiel G. Seganfredo. Os outros filhos foram enviados para estudar e permaneceram em outras cidades, apesar de manter os laços com a cidade natal.

Dos filhos de Cornélio e Luiza  a filha Ely, casada com Arlindo Cericato se transferiram para o Paraná logo após o casamento, os outros permanecem morando no Rio Grande do Sul.
mãe Luiza com a silvana pequena no colo e o pai Cornélio  assando churrasco na brasa, ao fundo

A SAÍDA DOS IMIGRANTES DAS ANTIGAS COLONIAS NO ANO DE 1925

MEU AVÔ, CELESTE GIOVANNI FERRI COM SUA FAMILIA FOI UM DOS PRIMEIROS A BUSCAR MAIS TERRAS, VINDO A RESIDIR EM CIRÍACO. MEU PAI, CORNÉLIO SEGANFREDDO CHEGOU EM 1938, ADQUIRIU TERRAS E SE CASOU COM LUIZA FERRI, FILHA DE CELESTE.

A COLONIZAÇÃO DE CIRIACO POR IMIGRANTES ITALIANOS E DESCENDENTES..





1- DO MOTIVO DAS MIGRAÇÕES.



‘Entre os anos de 1875 e 1914 entraram no Rio Grande do sul entre 80 a 100 mil italianos, segundo estatísticas da época. Tendo sido colonizado o núcleo inicial na Encosta da Serra foi natural que a colonização se estendesse pela região da mata circunvizinha. Depois do ano de 1890 ultrapassou o Rio das Antas e passou a colonizar a margem direita do Rio Carreiro. Das colônias iniciais a expansão fez com que surgissem novas colônias que depois de tornaram os seguintes municípios: PARAÍ/NOVA ARAÇÁ/CIRÍACO/DAVID CANABARRO/MARAU/PUTINGA/ANTA GORDA/ ILÓPOLIS E ARVOREZINHA.’livro os Italianos do Rio Grande do Sul, de Luís A.De Boni e Rovilio Costa, pg. 68/69.



2-A ENTRADA DA COLONIZAÇÃO DE ITALIANOS E DESCENDENTES EM CIRÍACO.



A entrada dos primeiros colonos de descendência italiana em Ciriaco estima-se que tenha se dado entre os anos de 1920 a 1940. Estes colonos inicialmente se estabeleceram em outras colônias do Rio grande do Sul na época da grande imigração oficialmente iniciada no dia 20 de maio de 1875, chamadas então de Colônia Caxias, Dona Isabel, Conde d’Eu, Antonio Prado, Alfredo Chaves, Guaporé e Encantado, que com o tempo emancipara´-se tomando os nomes de ? Caxias do sul, Flores da Cunha, Farroupilha, São Marcos, Bento Gonçalves, Garibaldi, Carlos Barbosa, Antonio Prado, Veranopolis, Nova Prata, Nova Bassano, Cotiporã, Guaporé, Muçum, Serafina Correa,, Casca, Encantado e Nova Brésia.

3-A BUSCA D ENOVAS TERRAS.



As famílias foram crescendo e as terras em que os colonos foram acentados inicialmente foram ficando poucas para as numerosas famílias e então iniciou-se a busca de novas terras para acomodar os filhos já crescidos.

Conforme dados de escrituras de compras de terras em Ciríaco encontramos as seguintes famílias:

Ano de 1925- Celeste Ferri

Ano de 1925-Valentim Morello

Ano de 1926-Luis Barea

Ano de 1926- Luis Simioni

Ano de 1928-Giacomo Guadagnin








A HISTORIA DE CELESTE GIOVANNI FERRI





Nascido na Comuna de San Daniele ´Pó, Província de Cremona, Itália em 05/10/1872, filho de Giacomo Ferri e Maria Gazzoli tinha em torno de 12 anos quando chegaram ao Brasil. Se estabeleceram no ano de 1884 na então Colônia Conde d’Eu, agora municípios de Garibaldi e Carlos Barbosa em um local chamado Linha Vitória, em um lote com 124.190m2. Aí nasceram as suas irmãs Virginia, no mesmo ano e Luiza em 1886,também sabe-se que tinha mais dois irmãos Vincenzo e Secondo.

Celeste Giovanni Ferri casou-se com Pierina Cecchin, filha de Antonio Cecchin e Ângela Santi em 28/4/1897. tinha ele 23 anos e ela 19. Pierina era descendente de trevisanos . O ato do casamento está registrado no livro da Paróquia de Alfredo Chaves- agora desmembrado em municípios de Veranópolis, Nova Prata, Novo Bassano e Cotiporã.



Constatamos que os filhos mais velhos de Celeste e Pierina foram registrados em Veranópolis, por isso deduzimos que permaneceram por muitos anos nesta colônia. Posteriormente registros encontram-se em Nova Prata e Nova Bassano.

A VINDA DA FAMILIA DE CELESTE GIOVANNI FERRI PARA CIRÍACO



Conforme escritura lavrada em nove de fevereiro d e1925, consta que Celeste Ferri e os filhos Giacomo , Antonio, João e José adquiriram 725.000m2 de terras no segundo distrito de Passo Fundo denominado “Ciriaco” .Na escritura consta que “ as terras são limitadas por lotes” donde se deduz que ainda não haviam moradores no local e que estavam à venda todos estes lotes, como posteriormente foram realmente ocupados por outras famílias. As terras eram de propriedade de famílias com os sobrenomes Schneiders, Buchmann, Luderits, Drugg, Friederich e wendler, ou seja, sobrenomes alemães. A escritura foi lavrada em Guaporé e foi pago por esta gleba quatro contos e quinhentos mil réis.

Segundo relato de Luiza Ferri – in memorian- filha de Celeste e Pierina -seu pai veio para Ciríaco dois anos antes de trazer a família . Veio com os quatro filhos citados acima para entrar na propriedade , levantar uma casa de madeira e fazer o desmatamento e o primeiro plantio. Posteriormente foi buscar a família que morava na Linha Quarta em Nova Bassano. Como não havia estradas mas apenas picadas demoraram três dias para chegar, os adultos a pé, as pequenas dentro de cestos em cargueiros e trazendo apenas o indispensável para começar a vida na nova terra. Ficaram em Nova Bassano três filhas já casadas, a saber: Cezira, Angelina e Elvira. Posteriormente estas famílias também vieram para Ciriaco, Elvira casada com José Seganfredo, Cezira casada com Ângelo Ferrareze. Angelina casada com Luiz Zanon radicou-se em David Canabarro.



OS DESCENDENTES DE CELESTE GIOVANNI FERRI E DE PIERINA CECCHIN.

CELESTE GIOVANNI FERRI E PIERINA CECCHIN TIVERAM 14 FILHOS:

1-Cezira casou-se com Ângelo Ferrareze

2-Angelina casou-se com Luiz Zanon

3-Antonio casado com Rosa Durante-Rosina_

4-Teresinha casou-se com João Barea- Teresina-

5-José casou-se com Rita Bortoli (giuseppe_

6-Maria casou-se com Antonio Cericato

7-Amabile casou-se com “Titi” Barea

8-Constantina casou-se com Luiz Cecchin, mas não eram parentes

9-Celeste casou-se com Zelinda Marini(Celestin)

10-Luiza casou-se com Cornélio Seganfredo (giggia)

11-Argene casou-se com Antonio Marini

12-Elvira casou-se com José Tranquilo Seganfredo

13-João casou-se com Marieta Assonaglio

14-Giacomo casou-se com Amabile Barea- a Céa)



Celeste e Pierina moraram em ´Ciriaco até falecimento, ele e, 1952 e ela em 1956, já idosos.

Concluindo, podemos dizer que uma boa parte da população de Ciríaco é descendente de Celeste Giovanni Ferri e Pierina Cecchin, pois na cidade ainda residem descendentes de Cezira, Elvira, Luiza e Amabile .São descendentes diretos as famílias de sobrenomes: Ferrareze, Barea, Seganfredo e Ferri. e Alievi.





SOBRE A LEI DE TERRAS DE 1850, SE RESUME A ESTA FRASE:


"Fica o governo autorizado a vender as terras devolutas, em hasta pública, ou fóra della, como e quando julgar mais conveniente, fazendo previamente medir, demarcar e descrever a porção das mesmas terras."

TERRAS DEVOLUTAS:TERRA DE FLORESTA, SEM HABITANTES QUE NÃO INDIGENAS-QUE NÃO ERAM CONSIDERADOS.

OS LUSO-BRASILEIROS TOMAVAM CONTA DE PARTE DESTAS TERRAS E DEPOIS REQUERIAM A POSSE E VENDIAM AOS COLONOS(IMIGRANTES)

OS ALEMÃES, QUE CHEGARAM 50 ANOS ANTES DA SOUTRAS ETNIAS COMO OS ITALIANOS, POR EXEMPLO ADQUIRIAM A BAIXO PREÇO TERRAS CONSIDERADAS DEVOLUTAS E FAZIAM O MESMO QUE OS LUSOS, COMO É O CASO DAS 100 COLONIAS DE TERRA QUE ORIGINARAM CIRÍACO, ERA PROPRIEDADE DE ALEMÃES, COMO MOSTRA A ESCRITURA, A OUTRA PARTE DE TERRA DE COLONIZAÇÃO PERTENCIA A FAMILIA DE JOAQUIM RIBEIRO DE OLIVEIRA, TAMBEM TERRA DE POSSE, QUE FOI CONCEDIDA EM 1906.
EMBORA JOAQUIM RIBEIRO DE OLIVEIRA E OUTROS LUSO BRASILEIROS TIVESSEM TERRAS COMPRADAS TAMBÉM SE UTILIZAVAM DESTA LEI DE TERRAS DE 1850, TOMANDO POSSE E DEPOIS VENDENDO AOS COLONOS.
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ESCRITURA DAS 100 COLONIAS QUE ORIGINOU A  COLONIZAÇÃO DE CIRÍACO

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

BERTO BARBARINI, POETA VENETO

monumento ao imigrante na Serra Gaucha
Descreveu a situação dos pobres na Italia com este poema:

FULMINADI DA UN FRACO DE TEMPESTA
L'ERBA DEL PRE PÁ NA METÁ PASSIA
BRUSÁ LE VIGNE DE LA MALATIA
CHE NO LASSA I VILAMI MAI DE PÊSTA
IPOTECATO TUTO QUEL CHE RESTA
CON FORMENTO CHE VAL NA CARESTIA
OGNI PAESE EL GÁ LA SO ANGONIA
E LE FAMEIE UN PELAGROSO A TESTA!
CREPÁ LA VACA CHE DASEA EL FORMAIO
MORTA LA DONA A PARTORIR NA FIOLA
PROTESTÁ LE CAMBIALE DAL NOTAIO
UNA FESTA SERADI A L"OSTERIA
CO UN GRAN PUGNO BATÚ SORA LA TOLA
"PORCA ITÁLIA" I BESTIEMA.ANDEMOS VIA"

OBS:
ESTE POEMA ESTÁ ESCRITO EM UM DIALETO QUE NÃO SEI EXATAMENTE DE QUAL REGIÃO DA ITÁLIA.

OUVEM-SE POR TODA PARTE OS SLOGANS "MORTE AI PADRONI E VIVA LA MÉRICA!

ENQUANTOUMA POESIA POPULAR CORRE DE BOCA EM BOCA E SERÁ O CANTO DA DESPEDIDA DO NAVIO:

NOI, ITALIANI LAVORATORI
ALLEGRI ANDIAMO NEL BRASILE
E VOIALTRI D'ITALIA SIGNORI
LAVORATELO IL VOSTRO BADILE

COM O REFRÃO:

SE VOLETE MANGIARE!

Na verdade a situação deles na Italia era de fome, doença e morte, mas a America e claro, o Brasil não era bem o que pensavam, havia muita ilusão vendida aos pobres italianos.

AS TERRAS DA COLONIZAÇÃO

UMA PARTE DAS TERRAS ADQUIRIDAS  PELOS IMIGRANTES E SEUS DESCENDENTES EM CIRÍACO PERTENCIAM A UM GRUPO DE ALEMÃES, OUTRA PARTE PERTENCIA AOS DESCENDENTES DE JOAQUIM RIBEIRO DE OLIVEIRA, CONFORME A LEI DE TERRAS DE 1850 QUEM ENTRASSE ANTES E DECLARASSE POSSE DAQUELA AREA DE TERRAS CHAMADAS "DEVOLUTAS" POR NÃO SEREM CULTIVADAS O ESTADO DAVA O DIREITO DE REQUERER A POSSE E REVENDER PARA COLONIZAÇÃO.
ESTA É A ESCRITURA DE 100 COLONIAS DE TERRAS QUE PERTENCIAM A ESTE GRUPO DE ALEMÃES. VEJAM QUE REMETEM AO TEMPO DO IMPERIO, ANO DE 1883. ESTAS  TERRAS SE ENCONTRAM LOCALIZADAS DENTRO DO MUNICIPIO DE CIRÍACO. 

terça-feira, 3 de agosto de 2010

A ITALO BRASILEIRA QUE SOU

recebi esta placa comemorativa em setembro de 2011
Etnias


A italiana que está em mim

Ana Maria Ferri Seganfreddo

pesquisadora, Passo Fundo - RS



Sou filha de Cornelio Seganfreddo e †Luisa Ferri, filhos de vênetos e cremoneses. Nasci na multiétnica Ciríaco (RS), a 80 km de Passo Fundo. Somos sete irmãos e uma menina mestiça adotada aos nove anos. Em casa, os pais e a nonna Caterina Viera, de Mason Vicentino, VI, falavam talian. Nossa vida era a de italianos agricultores: lavrar, tirar leite, cozinhar pão em forno de barro, confeccionar nossas roupas... Nossa leitura era o Correio Riograndense e o Nanetto Pipetta, este nos fazia rir, pois temos todos algo do Nanetto. A vindima com os tios e primos era uma festa, com filós, canções e histórias.

Aos 8 anos, eu e meu irmão gêmeo, Ary José, nos matriculamos em uma “brizoleta”, escolinha que atendia tanto os descendentes de italianos, na maioria vindos de Nova Bassano, quanto os brasileiros do campo. Como pouco falávamos o português, no início ficamos ouvindo, depois começamos a falar mais, mas nosso sotaque italiano fazia rir.

Em casa, tínhamos um altarzinho com N. Srª de Fátima, diante do qual rezávamos o terço todas as noites - eu e os irmãozinhos achávamos extenso demais, e ficávamos juntos para rir. Meus pais fingiam de não ver, porque o importante era ajoelharmos diante de Deus.

Aos 17 anos, saí da roça e fui a Passo Fundo estudar e trabalhar. Formei-me em Ciências Exatas. Integrei a Juventude Franciscana (Jufra) até os 25 anos, o que me deu boa formação humana e cristã. Preocupada com as desigualdades sociais, ajudei a fundar o Partido Socialista Brasileiro em Passo Fundo, do qual fui secretária geral. Era época de repressão velada. Embora ameaçados, meus companheiros e eu nunca deixamos de participar em manifestações públicas, empunhando a bandeira vermelha, e de acompanhar os sem-terra. Eu adorava contestar! Na empresa onde eu trabalhava não sofri retaliações, pois diziam:

– Ela é assim porque é italiana.

Senti, então, que os italianos temos algo diferente das demais etnias, não usamos máscaras, contestamos, rimos, choramos, rezamos e blasfemamos... sem negar nossas origens! Esta é a italiana que está em mim, da qual gosto muito.

O Pe. Antônio Seganfreddo, que acompanhou os imigrantes, tem agora um parente padre com o mesmo nome, que estudou em Roma e, ao buscar nossas origens, encontrou uma família de descendentes do único de quatro irmãos que ficou na Itália. Outro parente, Henrique Seganfreddo, foi à Itália e deu meu e-mail a essa família, e, surpresa, logo recebi um e-mail:

– Saluti d’Italia. Do cugino Alessandro.

Desde então nos correspondemos e estamos refazendo a história da família Seganfreddo no Brasil e na Itália. É gostoso reatar amizades com a Itália, mas não troco o Brasil por nada! E com o meu jeito italiano de ser, meio pazzo, “se cair levanta”, continuarei até o fim de minha vida marcando posição na Igreja, na política e na educação.


NO Brasil das multietnias  fazemos uma brincadeira uns com os outros assim como: voce é um alemão do Brasil ou é um alemão da Alemanha? e assim com outras origens, como: voce é um italiano de Caxias do Sul ou é um italiano da Itália? e  voce é um  polones do Brasil ou é um polones da Polonia? Esta é uma brincadeira entre os brasileiros de origem europeia, pois muitos ainda conservamos o sotaque dos países de origem de nossos antepassados, o que vai já quase desaparecendo depois da quarta geração.Muitas vezes nos confundem com estrangeiros quando estamos em locais turisticos do Nordeste ou do Rio de Janeiro, quando os guias turisticos nos abordam para saber se precisamos de algum serviço....o resultado são risos de ambas as partes. apesar do sotaque o "brasileirismo" está em nós muito fortemente, o nosso sotaque não nos envergonha,  é sinal de que somos bilingues, mesmo que seja um dialeto, mas o talian já é considerado um patrimonio  histórico do Rio Grande do Sul e tramita uma lei no congresso Nacional para oficializa-lo como "lingua veneto-brasileira, já que é falado por pelo menos  2.500.000 mil pessoas e não é nenhum dialeto igual aos da Italia, mas sim a mistura dos diversos dialetos italianos   mesclado com palavras brasileiras, espanholas,indígenas, afro-  . mas muito nos orgulham nossas origens, a coragem dos nossos antepassados. e o Brasil é o nosso  País.  

ESCARAMUÇAS NOS PRIMEIROS TEMPOS ENTRE MIGRANTES ITALIANOS E LUSO BRASILEIROS EM CIRÍACO

  Meu pai Cornélio Seganfredo, jovem. Coisas do pai Cornélio Seganfredo Foi assim: Hoje fui até Ciriaco e me informaram que havia falecid...