sexta-feira, 6 de agosto de 2010

A SAÍDA DOS IMIGRANTES DAS ANTIGAS COLONIAS NO ANO DE 1925

MEU AVÔ, CELESTE GIOVANNI FERRI COM SUA FAMILIA FOI UM DOS PRIMEIROS A BUSCAR MAIS TERRAS, VINDO A RESIDIR EM CIRÍACO. MEU PAI, CORNÉLIO SEGANFREDDO CHEGOU EM 1938, ADQUIRIU TERRAS E SE CASOU COM LUIZA FERRI, FILHA DE CELESTE.

A COLONIZAÇÃO DE CIRIACO POR IMIGRANTES ITALIANOS E DESCENDENTES..





1- DO MOTIVO DAS MIGRAÇÕES.



‘Entre os anos de 1875 e 1914 entraram no Rio Grande do sul entre 80 a 100 mil italianos, segundo estatísticas da época. Tendo sido colonizado o núcleo inicial na Encosta da Serra foi natural que a colonização se estendesse pela região da mata circunvizinha. Depois do ano de 1890 ultrapassou o Rio das Antas e passou a colonizar a margem direita do Rio Carreiro. Das colônias iniciais a expansão fez com que surgissem novas colônias que depois de tornaram os seguintes municípios: PARAÍ/NOVA ARAÇÁ/CIRÍACO/DAVID CANABARRO/MARAU/PUTINGA/ANTA GORDA/ ILÓPOLIS E ARVOREZINHA.’livro os Italianos do Rio Grande do Sul, de Luís A.De Boni e Rovilio Costa, pg. 68/69.



2-A ENTRADA DA COLONIZAÇÃO DE ITALIANOS E DESCENDENTES EM CIRÍACO.



A entrada dos primeiros colonos de descendência italiana em Ciriaco estima-se que tenha se dado entre os anos de 1920 a 1940. Estes colonos inicialmente se estabeleceram em outras colônias do Rio grande do Sul na época da grande imigração oficialmente iniciada no dia 20 de maio de 1875, chamadas então de Colônia Caxias, Dona Isabel, Conde d’Eu, Antonio Prado, Alfredo Chaves, Guaporé e Encantado, que com o tempo emancipara´-se tomando os nomes de ? Caxias do sul, Flores da Cunha, Farroupilha, São Marcos, Bento Gonçalves, Garibaldi, Carlos Barbosa, Antonio Prado, Veranopolis, Nova Prata, Nova Bassano, Cotiporã, Guaporé, Muçum, Serafina Correa,, Casca, Encantado e Nova Brésia.

3-A BUSCA D ENOVAS TERRAS.



As famílias foram crescendo e as terras em que os colonos foram acentados inicialmente foram ficando poucas para as numerosas famílias e então iniciou-se a busca de novas terras para acomodar os filhos já crescidos.

Conforme dados de escrituras de compras de terras em Ciríaco encontramos as seguintes famílias:

Ano de 1925- Celeste Ferri

Ano de 1925-Valentim Morello

Ano de 1926-Luis Barea

Ano de 1926- Luis Simioni

Ano de 1928-Giacomo Guadagnin








A HISTORIA DE CELESTE GIOVANNI FERRI





Nascido na Comuna de San Daniele ´Pó, Província de Cremona, Itália em 05/10/1872, filho de Giacomo Ferri e Maria Gazzoli tinha em torno de 12 anos quando chegaram ao Brasil. Se estabeleceram no ano de 1884 na então Colônia Conde d’Eu, agora municípios de Garibaldi e Carlos Barbosa em um local chamado Linha Vitória, em um lote com 124.190m2. Aí nasceram as suas irmãs Virginia, no mesmo ano e Luiza em 1886,também sabe-se que tinha mais dois irmãos Vincenzo e Secondo.

Celeste Giovanni Ferri casou-se com Pierina Cecchin, filha de Antonio Cecchin e Ângela Santi em 28/4/1897. tinha ele 23 anos e ela 19. Pierina era descendente de trevisanos . O ato do casamento está registrado no livro da Paróquia de Alfredo Chaves- agora desmembrado em municípios de Veranópolis, Nova Prata, Novo Bassano e Cotiporã.



Constatamos que os filhos mais velhos de Celeste e Pierina foram registrados em Veranópolis, por isso deduzimos que permaneceram por muitos anos nesta colônia. Posteriormente registros encontram-se em Nova Prata e Nova Bassano.

A VINDA DA FAMILIA DE CELESTE GIOVANNI FERRI PARA CIRÍACO



Conforme escritura lavrada em nove de fevereiro d e1925, consta que Celeste Ferri e os filhos Giacomo , Antonio, João e José adquiriram 725.000m2 de terras no segundo distrito de Passo Fundo denominado “Ciriaco” .Na escritura consta que “ as terras são limitadas por lotes” donde se deduz que ainda não haviam moradores no local e que estavam à venda todos estes lotes, como posteriormente foram realmente ocupados por outras famílias. As terras eram de propriedade de famílias com os sobrenomes Schneiders, Buchmann, Luderits, Drugg, Friederich e wendler, ou seja, sobrenomes alemães. A escritura foi lavrada em Guaporé e foi pago por esta gleba quatro contos e quinhentos mil réis.

Segundo relato de Luiza Ferri – in memorian- filha de Celeste e Pierina -seu pai veio para Ciríaco dois anos antes de trazer a família . Veio com os quatro filhos citados acima para entrar na propriedade , levantar uma casa de madeira e fazer o desmatamento e o primeiro plantio. Posteriormente foi buscar a família que morava na Linha Quarta em Nova Bassano. Como não havia estradas mas apenas picadas demoraram três dias para chegar, os adultos a pé, as pequenas dentro de cestos em cargueiros e trazendo apenas o indispensável para começar a vida na nova terra. Ficaram em Nova Bassano três filhas já casadas, a saber: Cezira, Angelina e Elvira. Posteriormente estas famílias também vieram para Ciriaco, Elvira casada com José Seganfredo, Cezira casada com Ângelo Ferrareze. Angelina casada com Luiz Zanon radicou-se em David Canabarro.



OS DESCENDENTES DE CELESTE GIOVANNI FERRI E DE PIERINA CECCHIN.

CELESTE GIOVANNI FERRI E PIERINA CECCHIN TIVERAM 14 FILHOS:

1-Cezira casou-se com Ângelo Ferrareze

2-Angelina casou-se com Luiz Zanon

3-Antonio casado com Rosa Durante-Rosina_

4-Teresinha casou-se com João Barea- Teresina-

5-José casou-se com Rita Bortoli (giuseppe_

6-Maria casou-se com Antonio Cericato

7-Amabile casou-se com “Titi” Barea

8-Constantina casou-se com Luiz Cecchin, mas não eram parentes

9-Celeste casou-se com Zelinda Marini(Celestin)

10-Luiza casou-se com Cornélio Seganfredo (giggia)

11-Argene casou-se com Antonio Marini

12-Elvira casou-se com José Tranquilo Seganfredo

13-João casou-se com Marieta Assonaglio

14-Giacomo casou-se com Amabile Barea- a Céa)



Celeste e Pierina moraram em ´Ciriaco até falecimento, ele e, 1952 e ela em 1956, já idosos.

Concluindo, podemos dizer que uma boa parte da população de Ciríaco é descendente de Celeste Giovanni Ferri e Pierina Cecchin, pois na cidade ainda residem descendentes de Cezira, Elvira, Luiza e Amabile .São descendentes diretos as famílias de sobrenomes: Ferrareze, Barea, Seganfredo e Ferri. e Alievi.





SOBRE A LEI DE TERRAS DE 1850, SE RESUME A ESTA FRASE:


"Fica o governo autorizado a vender as terras devolutas, em hasta pública, ou fóra della, como e quando julgar mais conveniente, fazendo previamente medir, demarcar e descrever a porção das mesmas terras."

TERRAS DEVOLUTAS:TERRA DE FLORESTA, SEM HABITANTES QUE NÃO INDIGENAS-QUE NÃO ERAM CONSIDERADOS.

OS LUSO-BRASILEIROS TOMAVAM CONTA DE PARTE DESTAS TERRAS E DEPOIS REQUERIAM A POSSE E VENDIAM AOS COLONOS(IMIGRANTES)

OS ALEMÃES, QUE CHEGARAM 50 ANOS ANTES DA SOUTRAS ETNIAS COMO OS ITALIANOS, POR EXEMPLO ADQUIRIAM A BAIXO PREÇO TERRAS CONSIDERADAS DEVOLUTAS E FAZIAM O MESMO QUE OS LUSOS, COMO É O CASO DAS 100 COLONIAS DE TERRA QUE ORIGINARAM CIRÍACO, ERA PROPRIEDADE DE ALEMÃES, COMO MOSTRA A ESCRITURA, A OUTRA PARTE DE TERRA DE COLONIZAÇÃO PERTENCIA A FAMILIA DE JOAQUIM RIBEIRO DE OLIVEIRA, TAMBEM TERRA DE POSSE, QUE FOI CONCEDIDA EM 1906.
EMBORA JOAQUIM RIBEIRO DE OLIVEIRA E OUTROS LUSO BRASILEIROS TIVESSEM TERRAS COMPRADAS TAMBÉM SE UTILIZAVAM DESTA LEI DE TERRAS DE 1850, TOMANDO POSSE E DEPOIS VENDENDO AOS COLONOS.
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ESCRITURA DAS 100 COLONIAS QUE ORIGINOU A  COLONIZAÇÃO DE CIRÍACO

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