quinta-feira, 8 de dezembro de 2022

HISTÓRIAS COM O PADRE ELPÍDIO SULZBACH

 A minha primeira comunhão

Eu morava com minha família a 4 km de distância do povoado chamado Ciriaco e por um tempo íamos eu e meu irmão gêmeo Ary José estudar o catecismo na Igreja onde uma freira não muito amável nos instruia.
Confesso que gosto mais de como se ensina agora.
Era uma tal de decoreba , mas o que mais me preocupava era que em um determinado dia teríamos que ficar frente a frente com o padre e confessar os " pecados"..
Mas quais pecados????
Até insônia me dava pois eu , com meus 8 anos deveria ter pecados para contar.
Só a palavra " pecado" já era estranha para mim que era naquela época falante do talian e não do " brazilian ".
Pensava muito e chegado o tal dia o padre sentou-se lá e ficou esperando um por um.
Tremendo muito lá fui eu.
O padre Elpidio, com seu trage de " padre" ficou aí...
Sentei-me.
Comecei a balbuciar a " fórmula " decorada.
Na hora de contar os pecados me calei...toda a lista de possíveis pecados que minha irmã Lorena havia me ajudado a fazer desapareceram de minha mente...
Assim me levantei e voltei para o banco onde eu estava sentada e ignorei a voz do padre que estava me chamando para voltar...
Ahahah...ninguém me impediu de fazer esse rito_ que agora entendo bem_ mas na época não...
O padre foi generoso...mas até hoje não sei se fui ou não perdoada de não sei quê...
Graças ao Concílio Vaticano II às coisas mudaram
Melhor assim.
Moral da história: um dom é o maior mandamento : a caridade!
Tão necessária agora que o povo brasileiro passa fome
Então: estamos dando pão a quem tem fome ou estamos calados e parados?
Esse pecado de não ser solidário sim é muito muito grave.
Amém.

hISTÓRIAS DE MINHA FAMÍLIA FERRI SEGANFREDDO

 Coisas do meu pai Cornélio

Foi assim:
Meu pai,nascido e criado em Nova Bassano, perto do rio Carreiro, onde pescava, ia de barco, remava , também acostumado a trabalhar no corte de araucárias, quando veio morar aqui em Ciriaco, nesta propriedade que nos pertence à 81 anos não tinha medo de nada, pois aqui também era só floresta.
Pescar ,além de ser um esporte para ele , trazia para a nossa mesa peixes de água doce, lambari, jundias, joaninhas, sardelas...Que enriquecia nossa alimentação, comíamos esses peixes fritos e acompanhados de uma bela polenta.
Com poucas opções de lazer aqui ia pescar aos domingos e também em dias chuvosos.
Minha mãe ,Que pertencia a uma grande família de 14 irmãos, não sei porque cargas d'água tinha muito medo quando ele resolvia ir sozinho.
Meus irmãos o acompanhavam muitas vezes, mas ele ia sozinho também.
Quando o causo era muito discutido entre ele e minha mãe _as vezes ele ia no porão pegar as varas de pescar, e também muitas vezes ele as encontrava quebradas...
Todos sabíamos que a mãe havia quebrado às mesmas, mas como não podia provar a autoria, ficava por isso mesmo.
No fundo ele entendia que ela tinha esse medo por conta de um sobrinho que havia se afogado...
Um dia porém, sem avisar, lá se foi ele com seus apetrechos de pesca em direção ao Rio São Domingos.
Horas se passaram.
Uma tempestade se armou e nós com a mãe rezando pela volta do pai.
Bem no escuro da noite enfim chegou...
Contou:
Estava pescando,o tempo fechou de repente, quis sair da beira do rio e cadê que encontrava a trilha de saida?
E assim ficou quase uma hora, ali, tentando sair,a escuridão da noite já não permitia ver mais nada...
Até que ,não soube dizer de onde. apareceu uma luz e mostrou o caminho.
Saiu da beira do rio são e salvo e veio pra casa.
Ficou a pergunta: de onde, quem, como essa luz salvadora apareceu?
Sem resposta ...
Alguns arriscavam: ",A nonna Catarina_(so mare o ga salva!)
A mãe dele, já falecida teria salvado o filho que estava em perigo(um anjo no céu a nonna teve permissão para descer à terra.
Moral da história: quando menos esperamos algum anjo virá nos salvar,é só acreditar.



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