domingo, 8 de agosto de 2010

A DIFICIL VIDA DOS IMIGRANTES

UM RELATO DO PADRE ANTONIO SEGANFREDO, TIO AVÕ DE CORNELIO SEGANFREDO, QUE TEVE QUE RESGATAR SEUS PAIS E UM IRMÃO COM 5 FILHOS , INCLUSIVE MINHA AVÓ CATERINA, QUE HAVIAM CAÍDO NAS MÃOS DE UM FAZENDEIRO DE CAFÉ EM MINAS GERAIS. EIS O QUE TEXTO DE ANA MARIA FERRI SEGANFREDDO




Quem conhece a verdadeira historia da imigração dos europeus para a América sabe que o fato se deve porque a Itália estava vivendo um período de extema penúria, onde morriam de fome nos campos, devido a passagem da era agrícola para a industrial.A produção dos agricultores, principalmente do norte da Itália, Do Vêneto, de onde vieram a maioria dos nossos antepassados não dava para sustentar a família, havendo pestes e fome generalizadas,. Como na América a abolição estava próxima os dois países tiveram interesses, a Europa em se livrar da multidão dos miseráveis e a América, principalmente o Brasil substituir a mão de obra escrava que estava em processo de libertação e também ocupar os espaços vazios da então Colônia do Sacramento. Os italianos que vinham não eram informados de como seriam instalados, pensavam que viriam para uma terra “de leite e mel”....Isto no entanto não era verdade.

Quando chegavam, não bastassem as vicissitudes da viajem onde vinham empilhados nos porões dos navios, junto com animais, sem higiene alguma, mal alimentados, quando ficavam doentes, após um padre dar a ultima unção ao pobre colono eram atirados ao mar ainda vivos...Chegando ao Brasil muitos foram parar nas plantações de café em Minas Gerais ou São Paulo, outros atirados no meio do isolamento das colônias , onde haviam feras e índios selvagens. Tinham que fazer tudo, recebiam um lote, mas sem nada em cima, era então necessário erguer uma cabana da madeira extraída daí mesmo e plantar alguma roça para poder comer. Enquanto não cresciam as pequenas plantações se alimentavam de pinhões..e ervas comestíveis. Claro que agora depois da terceira geração de imigrantes nos tornamos auto suficientes, estudamos e nos integramos ao País legitimamente nosso. Por termos nascido aqui, segundo reza a constituição, mas no começo foi terrível.



A HISTORIA DE CARLO SEGANFREDDO, AVÔ DE CORNELIO , JOSÉ E ACCHILES SEGANFREDDO.



Carlo Seganfredo morava em Mason Vicentino, Bassano del”grappa, Vicenza, no norte da Itália e vivia em condições precárias com a família. Era agricultor e passava as vicissitudes acima descritas.Um irmão dele Giuseppe já havia emigrado em 1891, juntamente com a irmã Lucia, casada com Girolamo Lovison. Estes se estabeleceram em Nova Bassano. Aqui também já estava outro irmão Padre scalabriniano, Antonio Seganfredo. O seguinte relato é do Padre Antonio Seganfredo, que escreveu ao seu Superior João Batista Scalabrini, que foi um destacado bispo italiano,fundador desta congregação e que acompanhava de perto o sofrimento dos imigrantes, enviando padres da Itália para acompanhá-los e assisti-los. Também intervia por eles junto ao Monarca romano, então Rei Humberto . O trecho que se segue é do livro “scalabrinianos no Brasil de Dom Redovino Rizzardo:



A CARTA:



“Excelência, um percalço infeliz jogou na miséria a minha pobre família, tanto é que a 4 de abril deste ano(1897) os meus velhos pais tiveram de zarpar de Gênova, em companhia d e um de meus irmãos com mulher e sete filhos. Quando chegaram ao Rio de Janeiro, ao invés de serem embarcados para o Rio Grande do sul como queriam foram enviados a Minas Gerais, acabando sob as garras de um fazendeiro que apenas lhe fornecia o necessário para se alimentar .Quando soube do acontecido parti no dia 2 de julho e regressei a 8 de setembro. Tive que deixar meus velhos pais – o pai com 81 anos e a mãe com 70 em São João de Montenegro. Não podia traze-los comigo por causa do mau tempo e das estradas totalmente impraticáveis. Eu vim acompanhado por meu irmão e por cinco de seus filhos, caminhando três dias sob chuva torrencial. Digo-o sinceramente, Excelência, provei as penas do purgatório, para não dizer do inferno! Cheguei se não com saúde, pelo menos vivo!”





No ano de 2008 realizando pesquisas conseguimos localizar no arquivo Histórico de Minas Gerais a veracidade desta história, que era contada pela nona Caterina, confirmando o fato.



Data da entrada na Hospedaria: 02/05/1897

A família entrou pelo Rio de Janeiro



NOMES:



PELLEGRINO SEGANFREDO- 81 ANOS

MARIA VOLPATO- 69 ANOS,

CARLO SEGANFREDO-38 ANOS

GIOVANNA NICOLI-35 ANOS

CATERINA SEGNAFREDO-14 ANOS

AMALIA SEGANFREDO-11 ANOS

MARIA SEGANFREDO10 ANOS

CIRILLO SEGANFREDO-8 ANOS

ASSUNTA SEGNAFREDO-6 ANOS

LINO SEGANFREDO-4 ANOS

LIVIA SEGANFREDO-6/12 MESES



OBS: LINO SEGANFREDO É O PATRIARCA DA DESCENDENCIA SEGANFREDO EM DAVID CANABARRO

CATERINA SEGANFREDO CASOU COM O PRIMO PELLEGRINO SEGANFREDO FILHO DE GIUSEPPE E É A MATRIARCA DA FAMILIA SEGANFREDO DE CIRÍACO.

ELE ESCREVEU A SEU SUPERIOR, MONSENHOR SCALABRINI:

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