segunda-feira, 8 de abril de 2024

POR DO SOL

 O POR DO SOL

Sul do Brasil.
Estou eu agora morando em uma cidade de pouco mais de 200 mil habitantes. A casa é confortável. Chegou o Outono. No outono o sol se põe logo depois das 17 horas. Vou contando os dias em que vai chegar o inverno frio.....No sul do Brasil os invernos são frios, às vezes sopra um vento forte, cortante, passa assoviando, cortando a carne, os ossos do vivente que caminha na rua.
Não sei por que, mas os invernos sempre me remetem para o passado, quer seja o passado mais recente ou o mais remoto em que nós sentávamos ao redor da nonna Catterina e ouvíamos “ as histórias da Itália”. Nos meus seis anos de idade Itália era um lugar imaginário onde ela dizia ter nascido.Entre Ciríaco e a Itália havia o mar...o mar que eu ainda não conhecera . Mas como chegara ali , se estava ali conosco, com a nossa família no Rio Grande do Sul, mais precisamente em Ciríaco? Enquanto ela contava nós íamos entrando em uma espécie de transe, as vilas, as pessoas, o navio, o mar, os tios avós os bisavós iam se formando na nossa imaginação, e, talvez por causa do sangue que corria nas nossas veias, os personagens iam tomando forma e se sentavam ali conosco. Volta e meia um deles tomava o lugar de Catterina, vestida com seus trajes de camponesa italiana e iam eles mesmos contando suas histórias. 




Nenhum comentário:

Postar um comentário

ESCARAMUÇAS NOS PRIMEIROS TEMPOS ENTRE MIGRANTES ITALIANOS E LUSO BRASILEIROS EM CIRÍACO

  Meu pai Cornélio Seganfredo, jovem. Coisas do pai Cornélio Seganfredo Foi assim: Hoje fui até Ciriaco e me informaram que havia falecid...