sexta-feira, 11 de outubro de 2024
MINHA IRMÃ ELY SEGANFREDO CERICATO
Quando eu era criança ainda, menina de 11 anos eu dormia no quarto com minha irmã Ely porque eu tinha medo do escuro
Minha irmã Ely cuidava de mim e do meu irmão gêmeo Ary quando éramos pequenos, bebês....
MInha mãe disse a ela: me ajudas a cuidar dos gêmeos que depois quando tiveres treze anos-penso- eu vou deixar você ir no colégio das freiras....
No caso " ir ao colégio das freiras tinha um significado especial, pois queria dizer sair da roça, da agricultura rudimentar e ficar um tempo com as freiras e estudar.
E assim foi.
Eu lembro só isso, porém quando Ely tinha 17 anos voltou a Ciríaco e também a morar com a família, pois se assim não fosse ela teria que se tornar freira,
Ela voltou, fez um concurso para lecionar, Ciríaco pertencia a Passo Fundo.
Ela lecionava na comunidade de Santa Catarina, uns 6 km de casa-talvez mais... eu ia junto com ela ás vezes
Para chegar em Santa Catarina tinhamos que atravessar o rio São Domingos passando sobre uma ponte suspensa, que era sustentada por dois cabos de aço, táboas na passarela e um fiozinho de arame para a gente se segurar...perigo...
Quando fazia enchente o rio subia e batia práticamente nas táboas.
Nós iamos com Ely até ela atravessar a pinguela para ter certeza que estaria segura.
Pois bem.
De uns anos começõu a namorar o agora meu cunhado Arlindo Cericato, era bem jovem quando casou, 23 anos.
Aí resolveram migrar para o Paraná, Matelândia, no Bananal, onde o sogro dela havia comprado alguns lotes de terra para os filhos.
Fiquei eu então só com minha mãe, e tinha medo de noite porque era escuro, não tinha mais companheira de quarto e eu tinha um medo.. de fantasmas
Minha mãe costumava contar que no dia de Todos os Santos, dia primeiro de novembro, que antecedia o dia dos finados, os familiares que já tinham passado para a vida eterna tinham licença para visitar os familiares.
Não sei de onde tiraram isso mas um dia falaram assim-" ouvimos um arrastar de passos na sala essa noite"! No caso quem arrastava os pés era meu avô Celeste, já falecido.
E também minha mãe havia visto na estalagem das vacas uma fumaça subindo, pois ali tinham acampado anos passados uns trabalhadores que vieram derrubar uns pinheiros-aquele tempo podia- e uma mulher que era cozinheira deles, a Julia, de Lagoa Vermelha fazia a comida no fogo de chão e era doente, podia ter morrido depois que sairam dali..
Fazia parte das lendas pessoais da minha família, penso agora, mas eu era criança e tinha um medo incrível de almas do outro Mundo...
No final acabei me acostumando e também éramos uma família grande, nada de mal iria de acontecer.
Um certo dia fui ao correio, na cidade de Ciríaco e lá estava uma carta- não tínha nem internet nem telefone- e abri a carta e dei de cara com a noticia que tinham nascido sobrinhos gêmeos, Roberto e Rosana... e tinha uma foto dos dois bebês, gordinhos e já sentadinhos...
Eu fui a primeira a ver a foto dos meus sobrinhos, que posteriormente ano após ano alguém da família ia buscá-los para passar as férias lá com os avós...
Depois incluiram a Silvana que nasceu de sete meses, e é um outro amor que temos....
Esta semana dia nove-9- os gêmeos estarão de aniversário.
Eles conquistaram muitas coisas boas em suas vidas, casaram ,tiveram filhos, que são também maravilhosos...
Assim, minha irmã querida, meu corbeto, te perdôo por teres me deixado sózinha em Ciríaco, com mãe pai e irmãos.
Te amo muito e junto com todos desejamos muitos anos de vida e conquista para ti , tua família e os dois sobrinhos...
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