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SOBRE MIM
Parafraseando o nosso inesquecivel Clayr Ulisses Seganfredo( em memória) Das Colônias antigas também saíram muitas famílias descendentes de imigrantes e i se ga messo in mezo alle foreste dea serra del Carero par trar do piante e piantar tea terra de Passo Fundo, che iera tanto grando il territorio, come i ga fato i suoi antenati quando rivadi dal Italia.
Meu avô Celeste Giovanni Ferri era um imigrante italiano e em 1923 comprou terras onde é o atual município de Ciraco pois precisava colocar os filhos e filhas porque já faltavam terras nas primeiras Colõnias povoadas.
Mais tarde em 1932/1938 meu pai que era solteiro comprou sua terra vizinho onde morava já seu irmão José Seganfredo. Achylles também veio.
Meu pai comprou uma colônia de terra de mato pertencente à familia Ribeiro e em cima tinha uma casa de madeira bem antiga e sem pintura.
Ali eu nasci, todos nós nascemos em casa, e a vida ia seguindo.
A agricultura era rudimentar, o que era chamado de coivara. Eles derrubavam um pedaço de mato, tocavam fogo, plantavam e iam ali trabalhando aquela terra até que desse. Depois deixavam aquele pedaço "descansar" cortavam outro pedaço de mato e assim foram passando os anos até que toda terra ficou "magra" e meu pai arrendou uma terra do senhor Frederico Dihel, casado com uma Ribeiro, Ana Maria, filha dos fazendeiros que criavam gado.
Pagávamos arrendamento.
Um tempo, ali por 1960 as terras não produziam mais e o governo federal abriu uma linha de crédito e importou insumos para que a terra fosse recuperada, emfim, foram alguns anos de penúria.
Andávamos nal vestidos , muitas vezes descalços, sem dinheiro para nada.
E assim até recuperar a terra saímos de casa e fomos trabalhar e estudar nas cidades vizinhas.
Mas foram anos de penúria e enquanto estávamos em casa a gente ia com os pés descalços até a bodega do Campana, lá tinha uma sanguinha onde lavávamos os pés, calçávamos o sapato e iamos na escola ou na missa.
Não havia bens industrializados então algumas roupas as costureiras faziam para nós, a Ilda Ferrareze Danelli e a Leonilda Didoné.
Eu lembro que quando ficava sózinha em casa fechava tudo e ficava "espiando o Mundo através de um buraco que tinha na parede e sonhando com um melhor porvir.
Foi muita luta, muito sonho e até que enfim com muita resiliência melhoramos nossa vida, tanto na Colônia quanto na cidade.
Raramente mencionamos esses tempos de penúria mas eles estão bem gravados na nossa memória.
E assim a vida vai passando, vejo muitas meninas como eu ainda, mal vestidas, descalças e as vezes sem proteção das autoridades.
A Constituição não é cumprida ainda. Os direitos não são concedidos.
Porque quem manda nesse país ainda são os mesmos que partiram da Europa para tirar daqui toda a riqueza, ainda vivem às nossas custas , comendo, bebendo e levando as florestas com o falso discurso de preservação das mesmas.
Mas um dia há de mudar. O Brasil será de fato soberano, alguém fará cumprir a Constituição e nós todos, de todas as etnias aqui residentes poderemos cantar e dançar com uma alegria que vem de dentro,