A HISTÓRIA DE CIRÍACO
HISTÓRIA DOS COLONIZADORES
quinta-feira, 14 de novembro de 2024
Capitel que marca a passagem de São João Maria em Água Santa
nteressante este lugar que chama Água Santa justamente por ter aqui marcada a passagem do suposto profeta São João Maria
..uma profecia " um.dia vai ter muito.pasto e pouco rastro"
Minha mãe conheceu.
Ele rezava as pessoas e não aceitava passar a noite dentro da casa de ninguém, batizava pessoas por isso onde
ele ficava tinha alguma fonte de água.
Na foto minha irmã " Cuca"
quarta-feira, 30 de outubro de 2024
ESCRITURA DA COLÔNIA BOM RETIRO
Durante minhas pesquisas sobre as terras que originaram a agora cidade de Ciríaco encontrei essa escritura que remonta `a época do Império onde um descendente de germânicos recebeu como posse essa gleba entorno de 100 coônias que posteriormente foram repassadas a um grupo de descendentes de germânicos que mandaram medir pelo conhecido agrimensor Maximilian Bescharen e loteadas passaram a ser vendidas à famílias descendentes de imigrantes moradores da antiga Colônia Alfredo Chaves, pois lá já faltava terra de plantio.
No meio desta gleba havia já diversos moradores luso brasileiros , portanto não podemos afirmar que era uma área despovoada.
Outros proprietários que também mandaram lotear e venderam terras das quais tinham títulos de posse estão os nomes de Joaquim Ribeiro de Oliveira, terras de mato e Libório Pimentel.
Quanto a gleba conhecida como Fazenda Bom Retiro prova que o morador Ciriaco , que deu nome à cidade não era proprietário de terras, conforme afirmação de descendentes de diversos moradores, andava por lá como um fugiitivo, talvez por estar se escondendo de algum desafeto e ali morreu sendo sepultado em cova rasa perto do lugar onde está o Colégio Dom Antonio Macedo Costa
sexta-feira, 11 de outubro de 2024
MINHA IRMÃ ELY SEGANFREDO CERICATO
Quando eu era criança ainda, menina de 11 anos eu dormia no quarto com minha irmã Ely porque eu tinha medo do escuro
Minha irmã Ely cuidava de mim e do meu irmão gêmeo Ary quando éramos pequenos, bebês....
MInha mãe disse a ela: me ajudas a cuidar dos gêmeos que depois quando tiveres treze anos-penso- eu vou deixar você ir no colégio das freiras....
No caso " ir ao colégio das freiras tinha um significado especial, pois queria dizer sair da roça, da agricultura rudimentar e ficar um tempo com as freiras e estudar.
E assim foi.
Eu lembro só isso, porém quando Ely tinha 17 anos voltou a Ciríaco e também a morar com a família, pois se assim não fosse ela teria que se tornar freira,
Ela voltou, fez um concurso para lecionar, Ciríaco pertencia a Passo Fundo.
Ela lecionava na comunidade de Santa Catarina, uns 6 km de casa-talvez mais... eu ia junto com ela ás vezes
Para chegar em Santa Catarina tinhamos que atravessar o rio São Domingos passando sobre uma ponte suspensa, que era sustentada por dois cabos de aço, táboas na passarela e um fiozinho de arame para a gente se segurar...perigo...
Quando fazia enchente o rio subia e batia práticamente nas táboas.
Nós iamos com Ely até ela atravessar a pinguela para ter certeza que estaria segura.
Pois bem.
De uns anos começõu a namorar o agora meu cunhado Arlindo Cericato, era bem jovem quando casou, 23 anos.
Aí resolveram migrar para o Paraná, Matelândia, no Bananal, onde o sogro dela havia comprado alguns lotes de terra para os filhos.
Fiquei eu então só com minha mãe, e tinha medo de noite porque era escuro, não tinha mais companheira de quarto e eu tinha um medo.. de fantasmas
Minha mãe costumava contar que no dia de Todos os Santos, dia primeiro de novembro, que antecedia o dia dos finados, os familiares que já tinham passado para a vida eterna tinham licença para visitar os familiares.
Não sei de onde tiraram isso mas um dia falaram assim-" ouvimos um arrastar de passos na sala essa noite"! No caso quem arrastava os pés era meu avô Celeste, já falecido.
E também minha mãe havia visto na estalagem das vacas uma fumaça subindo, pois ali tinham acampado anos passados uns trabalhadores que vieram derrubar uns pinheiros-aquele tempo podia- e uma mulher que era cozinheira deles, a Julia, de Lagoa Vermelha fazia a comida no fogo de chão e era doente, podia ter morrido depois que sairam dali..
Fazia parte das lendas pessoais da minha família, penso agora, mas eu era criança e tinha um medo incrível de almas do outro Mundo...
No final acabei me acostumando e também éramos uma família grande, nada de mal iria de acontecer.
Um certo dia fui ao correio, na cidade de Ciríaco e lá estava uma carta- não tínha nem internet nem telefone- e abri a carta e dei de cara com a noticia que tinham nascido sobrinhos gêmeos, Roberto e Rosana... e tinha uma foto dos dois bebês, gordinhos e já sentadinhos...
Eu fui a primeira a ver a foto dos meus sobrinhos, que posteriormente ano após ano alguém da família ia buscá-los para passar as férias lá com os avós...
Depois incluiram a Silvana que nasceu de sete meses, e é um outro amor que temos....
Esta semana dia nove-9- os gêmeos estarão de aniversário.
Eles conquistaram muitas coisas boas em suas vidas, casaram ,tiveram filhos, que são também maravilhosos...
Assim, minha irmã querida, meu corbeto, te perdôo por teres me deixado sózinha em Ciríaco, com mãe pai e irmãos.
Te amo muito e junto com todos desejamos muitos anos de vida e conquista para ti , tua família e os dois sobrinhos...
segunda-feira, 7 de outubro de 2024
O COLAR DE PÉROLAS
O Colar de Pérolas
Eu e minha tia Marieta
Minha tia Marieta era uma pessoa muito estimada aqui em Passo Fundo. Por ser parteira oficial do Hospital São Vicente de Paulo tinha muitos afilhados. Por 30 anos praticamente os nascidos entre os anos 50 e 70 passaram por ela.
Quando eu era criança a visita anual dela era uma festa. Andávamos de casa em casa com ela, sempre muito elegante.
Era importante para todas as famílias descendentes de Pellegrino e Catterina Seganfredo, imigrantes italianos.
Ela trazia para nós bombons e doces diversos.
Mais tarde vim morar em Passo Fundo para estudar e então passei a visitá-la e também a acompanhei em viagens de visita pelo Paraná e Santa Catarina onde diversos irmãos e irmãs dela tios e tias meus haviam migrado ao longo dos anos.
Cuidando crianças das outras mulheres não teve os seus.
Mas amava crianças e todos os anos me dava pilhas de roupas tricotadas e mantinhas para eu distribuir juntamente com meus colegas para crianças assistidas pela Pastoral da Criança, da qual fui voluntária por diversos anos.
Nos dávamos muito bem, eu, orgulhosamente me denomivana "Madre Teresa", mas ela dizia " tu de Madre Teresa não tem nada"
Eu ria muito e de fato , ser Madre Teresa não é para qualquer um.
Um belo dia ela me deu um presente....eu não dei muita importância, guardei por anos e pouco usava.
Em 2009 minha tia, cujo nome verdadeiro era Itália Libera Seganfredo, adoeceu e morreu. Tinha 88 anos.
Ainda em vida pediu que queria ser sepultada no mesmo túmulo onde estava sua mãe , a nonna Catterina.
Assim foi feito.
Na hora da despedida lá em Ciríaco uma sra chamada Emília levantou e falou que quando ela esteve com uma criança internada com leucemia em Passo Fundo, no HSVP foi ajudada financeira e emocionalmente também por ela, fato que nós desconhecíamos.
Ficamos tristes, mas a morte é a única coisa certa nesta vida.
Eu lembro dela quase todo dia.
Estes dias peguei o colar.
Minha irmã Lorena o levou em uma joalheria para avaliar.
Pérolas japonesas.
Amo este colar.
Por minha vez presenteei minha irmã Lorena com ele.
Obrigada minha tia, teu exemplo ficará sempre comigo.Além de tudo, além da vida e da morte.
Te amarei para sempre.
Moral da história: quando você dá um presente , que seja este o teu coração.
domingo, 25 de agosto de 2024
O LOTEAMENTO DA COLONIA BOM RETIRO E O MAPA DA FAZENDA DOS RIBEIROS
A Colônia Bom Retiro comprova que o cidadão chamado Ciríaco não tinha posses de terras.
Uma hipótese minha é que ele entrou ali para , talvez, tentar receber alguma posse, porém a grande gleba pertencia juridicamente ao grupo de alemães que está nominado nesta escritura antiga.
A escritura acima gerou o mapa onde foi projetada a venda destes lotes e também o lugar onde seria o povoado chamado Ciriaco.
segunda-feira, 12 de agosto de 2024
MEUS TIOS...UMA CONVIVÊNCIA QUE ESTÁ NA MINHA MEMÓRIA
Uma vida, Uma história
De nossas histórias de vida pessoais eu gosto muito de lembrar do papel de meus tios em minha vida.
Morávamos em Ciríaco e como era uma colonização nova- a parte dos matos- meu pai e meus tios compraram seus lotes relativamente perto uns dos outros.
Todos eram agricultores, cultivavam vinhas e também todos plantavam figueiras e laranjeiras, limoeiros e bergamoteiras.
Um lugar especial era a colonia de meus tios Ermelinda e Achylles, ele irmão de meu pai e ela irmã de outros tios meus de sobrenome Dalla Costa,
A morada deles ficava em um lugar alto, lá de casa dava para avistar, mas uns quatro kilometros de distância e para ir lá sem passar pela estrada geral havia uma trilha no meio das roças, um tanto de mato , descíamos e subiamos, as vezes nos agarrávamos nos galhos das capoeiras para facilitar as subidas, mas o que compensava era a chegada até a casa deles.
Eles eram acolhedores, minha tia sabia fazer delícias como marmelada de caixinha, meu tio fazia limonada, tinha grandes fiigueiras, laranjeiras protegidas por um tanto de mato para proteger das geadas.
Depois de ficarmos conversando e rindo umas horas a tia Ermelinda nos levava para olhar a horta.
Mostrava plantinha por plantinha, dizia o que era e se não tivessemos em casa ela dava uma mudinha.
Quando ela ia na nossa casa também pedia para ver a horta e olhava tudo, caso tivessemos alguma planta que ela não tinha pedia uma mudinha.
Coisas tão simples e tão agradáveis.
Nós amavámos esses tios, eles tinham uma característica especial. Minha tia jamais teceu qualquer comentário acerca dos sobrinhos, mesmo se as vezes muitos de nós fizessemos alguma traquinagem.
Assim foi por muitos anos, amizade estreita com eles e com os primos.
Depois que meu tio faleceu precocemente , depois de um tempo venderam a propriedade e minha tia com o filho Igino mudou-se primeiro para o Paraná, depois para o Mato Grosso.
Mas nos vimos ainda algumas vezes, as coisas simples a faziam feliz.
Tinhamos outro tio pertinho, José e Elvira.
Tio José era padrinho do Ary e todos os anos antes da época da vindima ele chegava e dava um mini cesto de vime para mim e outro para o Ary.
A Elvira criou uma grande família e era também muito próxima de minha mãe. Como ela era uma das maiores irmãs de minha mãe fazia um pouco o papel de conselheira.
Escrevi esse trechinho para não esquecer como eram as famílias aparentadas nas colonias. Uma servia de esteio para a outra.
Hoje meus pais e tios todos foram morar no céu, eu penso que lá eles continuam se encontrando e rindo, contando histórias.
Eu vivo aqui ainda, na Terra, sofrendo as agruras do tempo presente.
Todas as reações:
73Ely Seganfredo Cericato, Alessandro Seganfreddo e a 71 outras pessoassábado, 29 de junho de 2024
SOBRE MIM
]
me representa
SOBRE MIM
Parafraseando o nosso inesquecivel Clayr Ulisses Seganfredo( em memória) Das Colônias antigas também saíram muitas famílias descendentes de imigrantes e i se ga messo in mezo alle foreste dea serra del Carero par trar do piante e piantar tea terra de Passo Fundo, che iera tanto grando il territorio, come i ga fato i suoi antenati quando rivadi dal Italia.
Meu avô Celeste Giovanni Ferri era um imigrante italiano e em 1923 comprou terras onde é o atual município de Ciraco pois precisava colocar os filhos e filhas porque já faltavam terras nas primeiras Colõnias povoadas.
Mais tarde em 1932/1938 meu pai que era solteiro comprou sua terra vizinho onde morava já seu irmão José Seganfredo. Achylles também veio.
Meu pai comprou uma colônia de terra de mato pertencente à familia Ribeiro e em cima tinha uma casa de madeira bem antiga e sem pintura.
Ali eu nasci, todos nós nascemos em casa, e a vida ia seguindo.
A agricultura era rudimentar, o que era chamado de coivara. Eles derrubavam um pedaço de mato, tocavam fogo, plantavam e iam ali trabalhando aquela terra até que desse. Depois deixavam aquele pedaço "descansar" cortavam outro pedaço de mato e assim foram passando os anos até que toda terra ficou "magra" e meu pai arrendou uma terra do senhor Frederico Dihel, casado com uma Ribeiro, Ana Maria, filha dos fazendeiros que criavam gado.
Pagávamos arrendamento.
Um tempo, ali por 1960 as terras não produziam mais e o governo federal abriu uma linha de crédito e importou insumos para que a terra fosse recuperada, emfim, foram alguns anos de penúria.
Andávamos nal vestidos , muitas vezes descalços, sem dinheiro para nada.
E assim até recuperar a terra saímos de casa e fomos trabalhar e estudar nas cidades vizinhas.
Mas foram anos de penúria e enquanto estávamos em casa a gente ia com os pés descalços até a bodega do Campana, lá tinha uma sanguinha onde lavávamos os pés, calçávamos o sapato e iamos na escola ou na missa.
Não havia bens industrializados então algumas roupas as costureiras faziam para nós, a Ilda Ferrareze Danelli e a Leonilda Didoné.
Eu lembro que quando ficava sózinha em casa fechava tudo e ficava "espiando o Mundo através de um buraco que tinha na parede e sonhando com um melhor porvir.
Foi muita luta, muito sonho e até que enfim com muita resiliência melhoramos nossa vida, tanto na Colônia quanto na cidade.
Raramente mencionamos esses tempos de penúria mas eles estão bem gravados na nossa memória.
E assim a vida vai passando, vejo muitas meninas como eu ainda, mal vestidas, descalças e as vezes sem proteção das autoridades.
A Constituição não é cumprida ainda. Os direitos não são concedidos.
Porque quem manda nesse país ainda são os mesmos que partiram da Europa para tirar daqui toda a riqueza, ainda vivem às nossas custas , comendo, bebendo e levando as florestas com o falso discurso de preservação das mesmas.
Mas um dia há de mudar. O Brasil será de fato soberano, alguém fará cumprir a Constituição e nós todos, de todas as etnias aqui residentes poderemos cantar e dançar com uma alegria que vem de dentro,
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